Viçosa receberá o tradicional e esperado festival do Núcleo de Arte e Dança neste final de semana. Em sua 33ª edição, será apresentado o clássico “La Fille Mal Gardée” (A filha mal criada), com bailarinos de diversas faixas etárias, desde amadores a profissionais, que demonstrarão a sua qualidade técnica e artística em apresentações na sexta-feira (22) e no sábado (23), às 20 horas, no Espaço Acadêmico-Cultural Fernando Sabino da UFV.
“La Fille Mal Gardée” é o primeiro ballet de repertório mundial e foi produzido e coreografado por Jean Dauberval. A primeira apresentação aconteceu em 1786, durante a Revolução Francesa, e trazia para o palco uma sátira à sociedade burguesa da época. O enredo trata do desejo de Mama Simone em ver sua filha, Lise, casada com Alain, um moço rico e desajeitado. No entanto, a filha ama o camponês Colan, desenrolando o ballet em cenas engraçadas.
O público terá a oportunidade de ver em cena crianças de 3 anos, que são alunas da turma inicial do ballet, alunos de projetos sociais, até bailarinos e grupos profissionais como o Grupo Êxtase. Toda a remontagem está sob supervisão do maitre cubano Reynaldo Muniz, que completa mais de 10 anos de atividades no Núcleo e, curiosamente, a sua primeira montagem na Escola de Dança de Viçosa foi também “La Fille Mal Gardée”. Segundo o maitre, o espetáculo foi um dos melhores trabalhos realizados por ele e, na época, o papel principal de Lise foi representado por Andressa Barbosa, uma aluna de talento do Núcleo, que hoje integra o Ballet da Cidade de São Paulo. Na remontagem deste ano, um fato interessante é que o papel de Lise ficará a cargo de Paula Martins, que na época da primeira remontagem de Muniz possuía apenas 3 anos e não quis dançar por ter medo de entrar em cena. “Esse é um o melhor exemplo que podemos demonstrar de avanço do trabalho artístico do Núcleo. Uma menina que tinha medo de subir no palco hoje é a solista do mesmo espetáculo. Vamos unir dois pólos. Ver Paulinha, aos 16 anos, como solista no palco é motivo de grande orgulho para mim”, afirmou Muniz.
O maitre, que divide com Patrícia Lima a direção artística do espetáculo, ainda declarou que se superou nesta montagem e que ela está mais completa em termos de quantidade de bailarinos em cena e de qualidade. “Vejo o Núcleo, atualmente, como uma companhia. Estamos cada vez mais nos separando do rótulo de escola para um Núcleo maior, de nível internacional. Será possível o público perceber isso no palco. Vamos apresentar um trabalho depurado, sério, artístico, com muito profissionalismo e alto nível. Queremos dar esse presente para a cidade. Viçosa merece receber espetáculo de qualidade e clássicos como La Fille”.
A preparação para o espetáculo começou no início do ano e nos últimos meses os ensaios se intensificaram. Como contam os professores da academia, o principal desafio foi montar um espetáculo grandioso e cômico como La Fille, representando em cena um outro contexto social, que traz muitas diferenças do comportamento da sociedade atual. Para permitir a adaptação ao espetáculo foi realizada uma educação integrada em que se trabalhou a técnica dos alunos e bailarinos do Núcleo, mas também o artístico e o movimento cênico.
Segundo a diretora do Núcleo de Arte e Dança, Patrícia Lima, o Festival é uma forma de apresentar à Viçosa o trabalho desenvolvido pela academia com os seus bailarinos durante todo o ano: “É com muita satisfação que chegamos ao nosso 33º festival que, além de ser uma tradição da cultura de nossa cidade, é com certeza a melhor maneira de incentivar e valorizar nossos pequenos e grandes bailarinos, por sua dedicação ao difícil e apaixonante trabalho pela arte da dança”.
Prova de que o Festival já se tornou um momento esperado pelos viçosenses é a grande procura pelos ingressos. Há apenas alguns ainda disponíveis com os participantes do evento. O Festival acontecerá por intermédio da Lei Federal de Incentivo à Cultura – MINC – Governo Federal, numa realização do Núcleo de Arte e Dança , Instituto Asas e Núcleo de Produções Artísticas, numa promoção da PEC -UFV, FACEV, o patrocínio da Serjus, Roberto Andrade, Haskell, Amantino, Mundial Acabamentos e Metalsider e apoio cultural do Colégio Anglo e Mapa do Mundo.
Autoria: Assessoria de Imprensa Núcleo Academia