O que você comprou ou quer comprar hoje? Essa é uma das perguntas cada vez mais frequentes na sociedade e partiu de inspiração para o Grupo Êxtase, de Viçosa (MG), montar o seu novo trabalho For Sale. O espetáculo com coreografia de Fernando Martins promete surpreender o público com uma reflexão a partir da Dança Contemporânea sobre o processo de consumo e temas relacionados a este vasto universo, como: a busca pelo corpo perfeito, a influência da mídia, cultura e entretenimento, a realidade e a ficção, dentre outros que compõem o tema. A estreia acontecerá neste domingo, dia 27, às 19 horas, na Praça Silviano Brandão com reapresentação dia 28, segunda, no Gramado das Quatro Pilastras as 18:30.
For Sale marca o reencontro do Êxtase com Fernando Martins, que dividiu com Mario Nascimento e Paulo Chamone a montagem do último trabalho “Entre Acasos”, quando conheceu e criou “Por um terceiro olhar” que alcançou grande repercussão e aplausos da crítica e do público.Deste encontro surgiu o novo espetáculo “For sale” onde Martins pode aprofundar suas experiências e pesquisas com o grupo, suas movimentações e o trabalho baseando-se em técnica própria denominada ‘Brain diving’ inovando o trabalho do Êxtase.
Fernando Martins integrou diversas companhias renomadas do país, como: Ballet da Cidade de São Paulo, Ballet Teatro Guaira, Quasar, além de participar da Randon Collision e Galili Dance, da Holanda, e Escola Profissional de Dança de Mazatlan, do México. Complementar a esses trabalhos participa de projetos do Grua (SP) e é um dos fundadores do coletivo Shop Sui, em que produz trabalhos de vídeo-dança sobre personagens inspirados na contemporaneidade. O jovem coreógrafo tem despertado o interesse de grandes nomes da dança contemporânea no Brasil
Após um processo de imersão intenso, que teve início com encontros e estudos de Fernando Martins e da diretora do Grupo Êxtase, Patrícia Lima, o conceito do novo trabalho foi apresentado aos bailarinos que precisaram encontrar o movimento em seus corpos em meses de muita preparação e descobertas. De acordo com Martins, o foco foi no comprometimento artístico para que os bailarinos dessem o melhor: “eles ficaram em preparação até encontrarem o movimento e se descobrirem a partir de profunda concentração. O movimento de For Sale veio a partir da sensação que foi trabalhada como um passo maior para a profissionalização de cada artista. Essa preparação os colocou em outro nível. Acho legal o Êxtase sair com os seus corpos e as pessoas terem a curiosidade de se perguntarem: de onde eles são? Quem são esses bailarinos?”.
Indagações não irão faltar durante a apresentação. Como ainda aponta o coreógrafo, a intenção é trazer para o espetáculo o questionamento do estado máximo de For Sale em que vivemos, no qual tudo parece estar à venda. “É um sistema viciado. O objetivo é só atingir sucesso. Acordamos em busca de um salário para pagar as dívidas, para comprar, e isso está deixando o ser humano mais recluso, mais individual. As pessoas andam na rua e não conversam para não perder o foco. Todo mundo traz este peso do sistema. Quero abrir a janela para demonstrar como eu vejo o indivíduo hoje, inserido nessa sociedade”.
Para a diretora geral do Grupo Êxtase, Patrícia Lima, o novo trabalho tem como marca “a inovação tanto em relação ao tema, como na forma de apresentação e de movimentação dos bailarinos, além do propósito, de ser criado especialmente para as ruas e da ousadia na utilização de elementos cênicos e de figurinos arrojados que acreditamos, levarão o publico a nos comprar.”
O público pode esperar um trabalho que dialogue com as experiências cotidianas. “Quero que For Sale comunique, que fale, que deixe as mensagens para as pessoas. O trabalho precisa levar a plateia para um lugar onde as pessoas acabem se vendo nesses corpos”, declarou Fernando Martins.
For Sale realizará sua turnê em nove cidades mineiras, além da capital Belo Horizonte e do Rio de Janeiro. A montagem, estreia e a circulação do novo trabalho do Grupo Êxtase acontecerão com o apoio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura- Governo de Minas, numa realização da Funarte, Instituto Asas e do Núcleo de Arte e Dança e patrocínio da Metalsider e Dinfer numa promoção da PEC – UFV, Facev e PMV.Este projeto foi contemplado ainda pelo Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna/2013.
Autoria: Assessoria de Imprensa