O Grupo Êxtase de Dança retornou a Viçosa depois de mais uma rodada de mais oito apresentações de For Sale nas cidades de Juiz de Fora e Rio de Janeiro. O espetáculo de Fernando Martins, criado para ser executado especialmente em ruas e ambientes públicos, ocupou diversos espaços nestas cidades e conseguiu prender a atenção de quem passava. Em Juiz de Fora, as performances e apresentações aconteceram em variados locais: Praça da Estação, Parque Halfeld, Museu Mariano Procópio e Universidade Federal de Juiz de Fora. Já na cidade do Rio de Janeiro, as apresentações foram em Ipanema, Largo do Machado e no grande centro comercial do Rio o Largo da Carioca onde com grande fluxo de pessoas foram feitas intervenções e apresentações surpreendendo os transeuntes que pararam para assistir ao grupo.
Essa pluralidade de ambientes nos quais o grupo se apresentou foi destaque na fala do público. Para o estudante de engenharia mecatrônica na UFJF, Hugo Resende que assistiu a apresentação do Parque Halfeld, foi fundamental a localização: “aqui no parque foi um ambiente extremamente interessante para o espetáculo, pois aqui ao redor, vemos diversas propagandas políticas e a partir disso podemos refletir a questão do capitalismo presente em nossas vidas e a sua forma maçante.” Já a professora de dança da rede pública da cidade, Tatiana de Oliveira, destacou a presença do grupo nas ruas, “eles tiraram a dança do palco devolvendo-a para a ruas,isso a faz acessível. Eles falam do consumo no lugar que ele é mais presente”. No Rio de Janeiro, a ocupação do espaço também chamou atenção. A jornalista Tânia Ribeiro disse que esta aproximação é fundamental com o público, como afirma: “achei uma ideia democrática por ser num local público, onde as pessoas possam assistir, já que muitos dos que passam não tem condições de ir ao teatro. É interessante ver este espaço proporcionando a todas as pessoas o contato com a cultura”.
Em relação ao tema do consumo, muitas foram as opiniões de que quem assistiu, como por exemplo a professora aposentada do Rio de Janeiro, Lúcia Catanante, que destacou que o tema se encaixou perfeitamente no período das eleições, pois segundo ela, “nesta nossa democracia, quem está a venda somos nós, os políticos nos compram descaradamente e as pessoas não enxergam”. Já Sílvia Renhe, bailarina e professora de dança, conseguiu perceber com o espetáculo as conseqüências do consumo em nossas vidas: “eu pude perceber uma prisão a algo ainda indefinido, uma angústia que não cessa e isso faz o indivíduo comprar cada vez mais.”
As apresentações de For Sale nas cidades de Juiz de Fora e Rio de Janeiro aconteceram com o apoio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura numa realização da Funarte – Premio Klauss Vianna - Núcleo de Arte e Dança e Instituto ASAS com o patrocínio da Dimfer e Metalsider. Este projeto foi contemplado pelo Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna/2013.
Autoria: Assessoria de Imprensa